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Sensíveis Cordas!

Meu Diário
02/05/2008 12h20
O INSTANTE COM BORGES


                O INSTANTE

               "Onde estarão os
          séculos, onde o
          sonho
          Das espadas que os
          tártaros sonharam
          Onde os sólidos
          muros que
          aplanaram,
          Onde a árvore de
          Adão e o outro
          Lenho?
          O presente está só.
          Mas a memória
         Constrói o tempo.
         Sucessão e engano
         É a rotina do relógio.
         O  ano
         Nunca é menos vão
         do que a vã história.
         Entre a aurora e a 
         noite há um abismo
         De agonias, de
         luzes, de cuidados;
        O rosto que se vê
         nos desgastados
       Espelhos da noite já
        não são os mesmos.
        O hoje fugaz é tênue
        e é eterno;
        Não esperes outro
        Céu nem outro 
        inferno "

      
Jorge Luiz Borges (1899-1986)
                In: Obras Completas II, O Outro, O Mesmo


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Publicado por Lilian Reinhardt em 02/05/2008 às 12h20
 
02/05/2008 00h21
O FIO DA FÁBULA COM BORGES




                              O FIO DA FÁBULA COM BORGES


                       "O sonho de um faz parte da memória de todos"





                   "  O fio que a mão de Ariadne deixou na mão de Teseu (na outra estava a 
espada) para que este se aventurasse no labirinto e descobrisse o centro, o homem
com cabeça de touro ou, como pretende Dante, o touro com cabeça de homem, e o
matasse e pudesse, já executada a proeza, decifrar as redes de pedrae voltar para 
ela, para o seu amor.
            As coisas aconteceram assim, Teseu não podia saber que do outro lado do
labirinto esta o outro labirinto, o do tempo e que num lugar já fixado estava Medeia.
         O fio perdeu-se, o labirinto perdeu também. Agora nem sequer sabemos se nos
rodeia um labirinto, um secreto cosmos ou um caos ocasional. O nosso mais belo
dever é imaginar que há um labirinto e um fio. Nunca daremos com o fio; talvez  o
encontremos num ato de fé, num ritmo, no sono, nas palavras que chamam filosofia ou na mera e simples felicidade."
                 Jorge Luiz Borges (1899/1986)
                 Obras Completas III - Os Conjurados


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Publicado por Lilian Reinhardt em 02/05/2008 às 00h21
 
01/05/2008 23h56
MELODIA COM SCHOPENHAUER


                         MELODIA

                     

             
"O que vemos na poesia encontramos na
                   música, desde que reconhecemos que nela a
                   melodia narra em geral a história íntima da
                  vontade consciente em si, as veredas ocultas,
                  as aspirações, as tristezas e as alegrias, o 
                  fluxo e e refluxo do coração humano.
                 A melodia caminha sempre, apartando-se
                 do tom profundamente, seguindo mil remotos
                e caprichosos sentidos, passando pelas
                dissonâncias mais dolorosas, até que 
               novamente reencontra o tom fundamental,
               que exprime a satisfação e a calma da Vontade,
               mas com que, seguidamente, já se não sabe
               o que fazer: manter, então mais longamente
             a nota fundamental produziria pesada e ociosa
             monotonia, a qual corresponderia ao tédio"

            Arthur Schopenhauer (1788/1860)
                 in "O Mundo como Vontade
                         e Representação"



   
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Publicado por Lilian Reinhardt em 01/05/2008 às 23h56
 
01/05/2008 23h00
COM LAO TSE



                 COM LAO TSE

            Capítulo IV


            " O caminho é o Vazio
         E seu uso jamais o esgota
         É imensuravelmente
         profundo e amplo, como a
         raiz dos dez mil seres
        Cegando  o corte
        Desatando o nó
        Harmonizando-se à Luz
        Igualando-se à poeira
        Límpido como a existência
        eterna
        Não sei de quem sou filho
        Venho de antes do Rei 
        Celeste"

                           (Tao The Ching)
               LAO TSE (aC - 531 aC
)
            


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Publicado por Lilian Reinhardt em 01/05/2008 às 23h00
 
01/05/2008 17h57
UMA CANTATA E FUGA



                  UMA CANTATA E FUGA


                       (líricas de um evangelho insano)


  De onde vens canção minha, de onde vens!
 Para onde vais, para onde vais, que me habitas
 nesta única gota d'água da minha pena?!...
      
                       lilian reinhardt

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Publicado por Lilian Reinhardt em 01/05/2008 às 17h57



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