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UM PÉ DE POEMA
Vou plantar um pé de poema
já esterquei a cova
fiz desova com minha pena
já arregacei as mangas do balde
fiz descarrego das veias
assim planto esse pé de poema no canteiro do agora
crivo nos cravos dos olhos do meu tempo
Bordarei sem palavras esses umbigos
adejarei borboletas
além da barriga desta aldeia
Já reguei das bilhas
borrifei as calhas com água benta
nas asas do verso o ácido da placenta
a terra bebe o córrego
fio d'água escorre eternidade! http://www.lilianreinhardt.prosaeverso.net/visualizar.php?idt=6549606
Lilian Reinhardt
Enviado por Lilian Reinhardt em 12/01/2019
Alterado em 13/01/2019