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                                ao poeta MANOEL DE BARROS, " in memoriam"

O poeta não morre
o poeta morre
e assim  pétalas negras de tristeza
vão se desfolhando na minha alma
mas Manoel vem chegando
com os pincéis do arco-íris
passarinho voou além da vida
tá encimado no ninho da lua
tingindo horizontes
e transportando montes
virou pantanal de galaxias
garças no horizonte tocam harpas
ninhos compõe silencios
Manoel  é arco-íris


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"Uso a palavra para compor meus silêncios.
Não gosto das palavras
fatigadas de informar.
Dou mais respeito
às que vivem de barriga no chão
tipo água pedra sapo.
Entendo bem o sotaque das águas
Dou respeito às coisas desimportantes
e aos seres desimportantes.
Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas mais que a dos mísseis.
Tenho em mim um atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos..."   

MANOEL DE BARROS

 
Lilian Reinhardt
Enviado por Lilian Reinhardt em 13/11/2014
Alterado em 15/11/2014


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