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pintura/esboço s/título
Lilianreinhardt
(Memorial de Sofia/Zocha)
(dos sons sob tela)
Ela andava escrevendo com escrita de sabão alguns advérbios, lavava as portas, as vidraças, esfregava sabão Amazonas ao chão e as bolhas lhe sopravam alhures!Soprada naquele vidro sentia o cheiro da visagem que havia beijado em carne e osso nas linhas da vidraça mal traçada. Havia réstias de comida ainda pelo chão então as escritas se amotinavam. Explosão de tintas , os cogumelos pelos quintais explodiam e arrebentavam a roca onde fiavam andorinhas. No latão de querosone ela fervia essencias, sebo, soda cáustica, mexia com uma pá. Quando a linha saía fora da prancheta a ave era sacrificada.Timbre de ontem, retina cega de hoje na câmera escura de Nadar. Ninho de ovos arrendado para cuidar.As estecas retiram o excesso da argila e a massa pede adição. No Beijo secreto de Brancusi sob a lamina de granito, os lábios tesos pedem cinzel e fósseis escorrem da pedra escura, Self, ela revira os lençóis e as crostas enquanto escorrem murchas manchas acesas. Na representação do mundo, a Vontade irracional de vida respira a tela, no grito que alucina o pássaro e o faz cantar já desamanhecido...,
(*)Vontade/ Essencia metafísica/Vida para Schopenhauer.
Link abaixo sonoro
www.lilianreinhardt.prosaeverso.net/visualizar.php
Lilian Reinhardt
Enviado por Lilian Reinhardt em 11/07/2011
Alterado em 28/11/2011
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