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pintura/A Polaca / (histórica pintura da arte moderna paranaense) óleo s/tela/1935/Mestre Guido Viaro/1897/1971 Introdutor do Modernismo na pintura do Paraná (*)
(releitura)
Zocha mira seu rosto de anjo rosado com cara suja, vestido de calça meio pau,(calça curta), com suspensório sempre caindo, quase derrubando-a, nariz sempre ranhento e a saudade repica a lona do Carroção.- Petrucho seria um anjo da Senhora de Chestokova? Enquanto isso na cozinha, Irentcha sua irmã esfrega e esfrega com sabão de soda e pedra a tábua da mesa. Será que foi nessa mesa que São Lucas pintou um dia o retrato da Virgem lá em Chestokova? O anjo Petrucho cresceu, quantos anos luz terá hoje? E sua irmã Irentcha aquela polaca magrela que tinha as mãos branquelas, sempre vermelhas de lavar louças, roia as unhas e também fazia o terço da capelinha de Chestokova. Acho que é de tanto ver Irentcha lavar pilhas de louças de Babel que aprendi a ter cuidado com as louças... e mesmo assim quebro pratos! A polaca Helena e Yujo Alfaiate são rigorosos na educação dos filhos, é preciso aprender a respeitar e lavar bem as louças próprias, dizem, para saber respeitar os códigos e tratados das louças dos outros e seu pé de Ética...porque as louças são frágeis como as bolhas de sabão Amazonas e os pingos da chuva sob prancha do arco-íris! O jardim de Irentcha era cheio de dálias ,cravos, mosquitinhos...nele habitava a cidade inteira, a única praça, as ruas desertas, nele as flores de Araruna conversavam e guerreavam também, porque as flores são humanas , está escrito no poema!Lembro quando, Jagunço, o cachorro caiu no poço, Irentcha magrela e o outro irmão, o Chico polaco, tiveram que se desdobrar e buscar água lá de casa em poço mais fundo para lavar as louças. Mas, Jagunço foi salvo içado dentro do balde e o poço foi esgotado até a bica recompor as águas. Irentcha quando chegava da escola com seu guarda pó branco, pernas finas,- era alta- já trocava de avental para lavar as louças do almoço. O pai, um polaco de cabelos lisos e bigodes escuros era alfaiate e tinha atelier na parte da frente da casa.Ele vivia com uma fita métrica ao pescoço, seu balcão era impecável e sempre concentrado na grande máquina de costura de ferro preto. Mas, eu levava cada susto com aquele manequim vestido com os ternos de casemira prontos no beiral da porta de entrada da alfaitaria... Assim, a cozinha da casa do alfaiate sempre tinha que estar com o fogão aceso para abastecer com brasas o ferro de passar roupas para seu atelier que à época,ainda na sua casa não tinha energia, esta passava longe na cidade de Araruna, por isso isso a chaminé da casa de Irentcha sempre fumegava pelos céus...todo o mundo sabia que o Polaco estava trabalhando! Zocha ficava olhando...parecia um incensário ardendo... Aquela casa poloca amarela de madeira não era coberta de telhado de "talbinhas", como tantas outras naquela cidade e também não tinha parapeito com gamela fora da janela para Irentcha lavar as louças. Era na pia da cozinha, sob a fria pedra, que o pão de milho e centeio era amassado que aquela smãos branquelas lavavam as louças da família, por isso eram judiadas,ásperas, sem esmalte nas unhas mas, como as bochechas de Petrucho eram rosadas e a cozinha sempre asseada, porém, terra à vista, quando Petrucho gritava com fome, abalava os baús e a nave /arca do carroção do polaco Yujo alfaite! Petrucho era cranton.!!!... www.lilianreinhardt.prosaeverso.net/visualizar.php(*)
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Lilian Reinhardt
Enviado por Lilian Reinhardt em 03/07/2011
Alterado em 06/07/2011
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