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Enquanto as rosas cresciam(1)
Os Roseirais de Zavadwski (Carroção do Tempo dos Polacos)
Ela sentou-se à beira da cama. Da outra cama do outro lado do tempo ele a acompanhava com o olhar. Puxou o lençol e o cobertor até o nariz e só os olhos serpenteavam a delicada figura dela.Aquele era o quarto de um sanatório e o olhar dele afundava cada vez mais. A moçoila cheia de vida rescendia perfume e tinha as bochechas rosadas, não sabia ainda que os sonhos adoeciam e também caminhavam para o crepúsculo. Aqueles corredores imensos do pé direito alto, as freiras de branco confundiam-se com as estatuas que emergiam pelos ângulos fechados dos cantos e os ecos das vozes impregnavam os ouvidos como os sons da acústica da nave de uma catedral. O jardim entrava pela janela. Há alguns dias ele havia sentado com elas naquele jardim de roseiras e abençoado as suas crianças agora já adultas.O quanto era difícil ali permanecer, agora só conversando consigo mesmo, mas, havia já se convertido do aparente ateísmo e se tornara amigo do padre e até comungara. As pombas rorejavam sobre os telhados e as borboletas bruxuleavam as conversas. O céu manchado de azul anotava a cena. Enquanto as rosas cresciam silenciosas ele definhava a cada dia . Uma freira de hábito claro varria as folhas da calçada sob os beirais e uma cálida brisa ainda acendia os seus olhos ....
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Lilian Reinhardt
Enviado por Lilian Reinhardt em 29/11/2010
Alterado em 01/12/2010
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