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21/06/2009 19h48
FORA DO PORTÃO/NO JARDIM DE ZOCHA (sofia)
pintura/GUIDO VIARO
a POLACA
FORA DO PORTÃO/NO JARDIM DE SOFIA (zocha)
(o que guardo nessecontinente insistente?!)
Embora os meus olhos possam, ainda,levitar sobre a paisagem daqueles paramentos de algodão e campos de organza da minha infância, sobre os babados/dobrados que repicam , a lama das ruas nuas e a grande cúpula da Bizantina se assemelhe à lembrança de um radar à sinalizar para os extraterrestres, de repente é possível que a Vila G. não tenha revoado e continue a ser a mesma espécime milenar de península ou arquipélago pousada sobre nós ,sob a qual dava guarida aos nossos sonhos e fantasmas e conversavamos abertamente com o sol sob a mesa redonda daquele planeta Jerusalém. Ei -lo chegando, ei-lo partindo, no ar a fragância que se esvaía...Ainda me perco em suas ruas ora estreitas,ora largas, com seus bangalôs e chalés polacos bordados com seus beirais de lambrequins, a arquitetura das construções de pinho araucária erigidas sempre na vertical, os sótãos mal cheirosos e mofados com suas mansardas desafiam esta casa desdobrável do meu tempo . Por que te carrego assim tão dolorosa em minha alma minha senhora? Quem és tu que me pesa tanto e me levita neste estremecimento insólito? Um dia fui tua vestal, no coral te cantei frente ao retábulo, um dia te declamei na ribalta dos fundos do quintal e percorri tua topografia encravada de canteiros. Mas,havia um poço no fundo de teus olhos sempre de boca aberta no pátio interno de piso cimentado da casa da rua Goiás que eu chorava,haviam as bocas de leão, as rainhas margaridas, atrevidas,os cravos no jardim fechado com portão a cadeado e, mesmo assim eu me esticava sob meus pés sobre a cerca frágil de sarrafos ponteagudos e via o outro lado das tuas ruas e abocanhava , também, um pedaço daquele azul do céu com loucura,Havia uma escada?!...Sim,um dia te chorei infinitamente quando percebi que ias embora minha casa e eu iria ficar longe de ti... Quis fazer uma ponte levadiça mas ultrapassei o sinal e soprei-me e fiquei distante do meu país,estrangeira agora naquele novo porto sem giz o que eu iria escrever na lousa fria? Então A vida veio conversar comigo . Estava gorda , pesada e me esperava na caverna dos sentidos,fora do portão!
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LILIAN REINHARDT |
Publicado por Lilian Reinhardt em 21/06/2009 às 19h48
03/05/2009 22h49
ORÁCULO TEUS OLHOS HÓRUS
ORÁCULO TEUS OLHOS ´HÓRUS!
Apenas um caminho a ti
escrevem-te nos rastros
a tua ternura
desse poema de luas...
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Publicado por Lilian Reinhardt em 03/05/2009 às 22h49
15/04/2009 19h09
AMOR/YOUSSEF RZOUGA
imagem/arte islâmica/Museu do Louvre/Paris/FR
AMOR
Youssef Rzouga
O amor
é como um pássaro ao ar livre
Querer
é abrir 1001 janelas
para ventilar todo o coração
e seus arredores
Meu tesouro
gostarias que eu fizesse
algo por ti?
Entrementes
te convido a um café
na costa azul
de 1001 poemas rebeldes!
tradução do espanhol por
Lilian Reinhardt
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Publicado por Lilian Reinhardt em 15/04/2009 às 19h09
14/04/2009 12h00
YOGAMAS 14, 15, 16/ YOGALA/LIVRO DE YOGA POÉTICO/YOSSEF RZOUGA
imagem/mnemosyne
YOGAMAS 14, 15, 16/YOGALA O LIVRO DE YOGA POÉTICO
Youssef Rzouga
YOGAMA 14
O silencio
cujo teto é azul celeste
é a cidade sagrada
do coração
YOGAMA 15
Fala mais baixo
que não te ouço
YOGAMA 16
Estás certo
de que sou eu?
Tens o código
para entrar em minha casa?
tradução do espanhol
por Lilian Reinhardt
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Publicado por Lilian Reinhardt em 14/04/2009 às 12h00
31/03/2009 11h04
LIVRO BRANCO/YOUSSEF RZOUGA
imagem: Malevitch
MoMa/The Metropolitan Museum of Modern Art/NY
LIVRO BRANCO
Youssef Rzouga
Faz um século que espero
não posso dizer mais...
é o ultimo grito
na virada do caminho:
Faz um frio cortante!
Eu preciso de algo mais
um vulcão por exemplo
para inventar um sonho louco
de um braseiro de dois corações
que dobrem juntos
Faz um século que espero
e necessito de algo mais
um livro inteiro por exemplo
de onde saia uma outra Andaluzia muito verde
em forma de 500 palavras floridas
em um futuro poema de amor
Assim
a partir de hoje
quando se enamorar por algo
ou por uma rosa
deve -se ter habilidade para soltar uma pipa
em plena abstração de uma natureza morta
com uma mulher de vermelho
sob a efusão de seus olhos azuis...
Chego da África do Norte
nada mais quero do que levar uma vida feliz
por um tempo ilimitado
junto há um instante andaluz longínquo....
e pensar como o esperado de outra maneira
de acordo com o tempo livre
e no vestido entalhado
da pessoa a quem quero...
O futuro do mundo?
Essa mulher está bem
sempre só
A bordo do amor
estou surpreendido
não há ninguém em parte alguma
exceto os albatrozes
e as crianças que brincam sem parar com a sua pipa
ao longo da praia...
tradução do espanhol por
Lílian Reinhardt
Publicado por Lilian Reinhardt em 31/03/2009 às 11h04
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