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Sensíveis Cordas!

Meu Diário
19/06/2008 10h21
100PALAVRAS COM GUIMARÃES ROSA!!!)))


                           100 PALAVRAS COM GUIMARÃES ROSA!!!)))






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Publicado por Lilian Reinhardt em 19/06/2008 às 10h21
 
18/06/2008 09h58
DEPOIMENTO PESSOAL (11)




                      DEPOIMENTO PESSOAL (11)


                      (memoriais de Sofia (zocha))
                                               


               À minha frente o escrivão no computador:
              - A senhora pode sentar-se aqui...por favor?! Arredam-se cadeiras, olho no rosto encovado do menino de vinte e poucos anos, com barba mal feita, cachecol branco torneando o pescoço, lábios partidos e amarelecidos de frio e nicotina. 
             - Qual o seu nome?!  me pergunta seco.
            - Fixo-lhe os olhos, sei que ele não me vê, nem eu o vejo... Ah...meu nome? Qual seria mesmo o meu nome? Sinto os pés gelados, a redoma inteira do meu corpo transpira o gélido tormento frio da angústia. Lembro-me de Kafka.
            - Seu nome senhora?! Sua carteira de Identidade, por favor?
           Reviro a bolsa, reviro...reviro tudo com meu olhar. A sala branca, gélida...uma figura escura debruçada sobre um grosso volume de versos no centro da mesa num patamar maior parece ser profundamente distância nessa câmara. Difícil achar a identidade...não acho...reviro...reviro meu olhar...onde estaria eu dentro da minha bolsa...e não me encontro...não me encontro!!!
             E qual seria o meu nome mesmo?! Sinto uma liquidez calcinante de placentas lamber-me da cabeça aos pés e um esquizofrenico torpor de uvas incestas na boca, mas,se não estou dentro daquela bolsa, nesta sou e estou só com alguns pertences que não me pertencem, arrendos, tudo arrendado...semoventes como eu, camelo,  peixes, agulha, pedra, fósseis, memórias,   verbos...viu?! E, o meu nome...ah...um momento!
           - Chamo-me Dor...já lhe passo a identidade!


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Publicado por Lilian Reinhardt em 18/06/2008 às 09h58
 
16/06/2008 12h24
UMA PEDRA NÃO É UMA PEDRA


                        UMA PEDRA NÃO É UMA PEDRA

                   

                            ´(líricas de um evangelho insano)


                            Uma pedra não é uma pedra,
              é o fio da minha gravidade
              que sustenta e move o pêndulo
              dos corpos, na caleidoscopia grafia,
              das incisões do meu olhar?!
              Pedras sempre me encontram
              pelos caminhos e me
              sobrevoam as grotas,
              os ninhos, tem asas...
              Uma pedra suspensa revoa,
              voa e guarda rochedos 
              de memórias 
              dos meus olhos,
              e se de cima me vê,
              me lê em épuras os meus enredos,
              sou goela funda, cratera fera,
              boca aberta expelindo lavas,
              grave ave, nave, atmosférica,
              imensa bolha rarafeita,
              pés afundados nas covas,
              conchas do chão,
             pesada grávida de ar!


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06/06/2008 20h29
BORRA ASSINADA

                       BORRA ASSINADA


(liricas de um evangelho insano)

 



No fundo da xícara

a borra do meu olhar.

Dos olhos borrados de pó,

de orvalho salgado,

no (dó)i do teclado que ouço

e não entendo...

meu olhar geométrico

se perde na mancha abstrata,

onde assino?! 



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Publicado por Lilian Reinhardt em 06/06/2008 às 20h29
 
04/06/2008 11h12
NA OLARIA (PA)LAVRANDO PÓ


                               NA OLARIA (PA)LAVRANDO PÓ

                   
                 (Conjuração do Verbo com Sofia (zocha)))


                  A palavra as vezes
                 matéria, líquen,
                  corpo do meu corpo,
                 sal que sai de mim e me volta,
                 regurgito -a!
                É dessa miserável
                condição humana esse atrito,
                dessa palavra polissêmica,
                árvore de pele descascada,
                de faces doídas, multifacetadas,
                de versos apagados, senhas borradas,
                ah...dói palavra, dói,
                tua cara minha cara,
                mal lavada,
                 simulacro, meus cacos,
                cadencia de mim enrodilhada,
                deste cordão umbilical, letal,
                prolongado éco dos meus abismos...
                gravitação dessa hodierna
                loucura, essa insólita palavra,
                só minha, privativa linguagem,
                quiromancia de funduras,
                perdidas palavras, rupturas,
                trilhas íntimas, águas turvas,
                recurvas do mesmo, partituras?!
                Na Olaria, a bilha quebrada,
                só teus rumores sob o halo de fogo
                do cinzel!....


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Publicado por Lilian Reinhardt em 04/06/2008 às 11h12



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