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MUTABILE
Travessia, sumidouro,
fratura d'água, dentirrostro atravessa o escorso do vento,
perde-se além do vidro da ilha,
escorre pela vinha dos olhos,
arriba nos pássaros da estiagem,
não diz a palavra caída,
nem rejunta a perdida sombra,
mas, se encolhe no verso vazado,
recicla de azul o céu molhado de aço,
dorme pelos caminhos murchos,
e sob os ossos escreve na transmigração impressentida...
a rotunda forma de bebidas quimeras,
impermanência coagulada,
líquido tempo, vazante...
Afunda na garganta, das rosas!
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Lilian Reinhardt
Enviado por Lilian Reinhardt em 27/03/2008
Alterado em 28/03/2008
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