As palavras eram libélulas
eram dálias
cerca de ripas
era desexplicar
o céu de vaga-lumes
a casa tinha portão com chaves
as pedras faziam escuta das letras
oitiva de caramujos
fábulas de crescer crianças
errantes contra a nave do céu
tentando apanhar o sol na espessura do vento
só murmúrios
sem boca
vezes estomago vazio
Olivetti studio 44
dentro do estojo bordeaux
cata milho flor avencas
pedregulhos
agora as letras salpicavam
éramos civilização
grão de mostarda coração verde
bailavam os adjetivos
as coisas da alma que não se viam
saltavam sabiás
presente pai ausente
ele so' queria escutar suas crianças
de silêncios