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PÁGINAS DA ALDEIA/ A DEBULHA DA PALAVRA
(reescritura)
Como uma tenra espiga
se debulha em grãos,
da fundura da palavra,
desde sempre nasce a farinha,
renascem os mortos e o verde
verbo
e novos berços choram as raízes,
sob o madeiro humano da argila.
Há nessas planuras de grãos
o ar liberto
da aldeia recém-desperta,
do verde útero donde sempre
se gestam as folhas,
até a descida das trevas às cisternas
e a brotação dos escritos das ramagens.
- Que o furacão escurece o sol do mundo,
e na debulha úmida da seiva
a resina se faz rocio de grão.
Como uma anoitecente veladura,
a tua música em minha alma!
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Lilian Reinhardt
Enviado por Lilian Reinhardt em 13/12/2007
Alterado em 22/12/2007
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