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Sensíveis Cordas!

Textos

O tempo vira suas páginas. Olho-me no espelho e vejo as folhas da minha árvore ainda balouçantes sob sopro da minha cósmica morada interior. Ouço as notas de um suave murmúrio que presinto ser o regato onde os anjos lavam os pés para dobrar os sinos que habitam um humano em dores desde sempre à margem desconhecida da grande estrada por percorrer. A grande acústica da minha concha sinaliza-me que os ciclos dos meus passos e a dissolução das ilusões das paixões diz do fruto maduro à beira do silencio de si mesmo. Há um profundo som de tambor longinquo que  assinala que a chamada do tempo pode ser a qualquer instante aos humanos e que o voo é solitário. Eu o ouço.

Viver não tem hora marcada. O universo tecla as cordas. Estou na pétala do tempo de aço nutrindo-me entre as feras de mim em avassaladora dança interior no embate entre a minha  estrela e o dragão.Todo voo é sempre insolito e as alturas da ciencia das coisas  só se aprende pelo tempo da alma! Desde muito cedo senti  conexao com as teias incognoscíveis do universo que urdiam meus pés sob a roca dos meus passos frágeis e ignaros. E fui me enovelando no emaranhado de fragmentos de falsas alegorias da vida à medida que me deixava seduzir ao que fora  destoava de mim  ao despertar doloroso de sentir quanto as dissonâncias nos induzem aos erros, nos revelam a verdade do ser sempre em busca de sua propria escala vibratoria, de sua propria identidade.

 

Lilian Reinhardt
Enviado por Lilian Reinhardt em 02/01/2022
Alterado em 02/01/2022


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