Imagem/LReinhardt
aquarela
Macabra memória cheira
os ventos tecidos das pedras
E solerte o corpo cru grita ao céu
donde virá o verbo das andorinhas
socorrer o tempo morto?
Há milhões de anos nas costas vergadas
do rochedo que sangra
morrem os versos
e a cada grito o eco funerio
tenta lavar os pés do tempo
Nenhum mendigo baterá mais a tua porta
desde que escamas
entre as bactérias os ossos de teus olhos cegos
Que viajor deitará sua tenda sob o mó que esmaga
sua propria verdade
Os campos morrem de olheiras nos fundos vales
onde as pedras se vestem de lama
Há estilhaços sobre a mesa
uma dália
Lilian Reinhardt
Enviado por Lilian Reinhardt em 05/04/2021
Alterado em 06/04/2021