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 Argila/95 ou96/LReinhardt



Estava eu num dia do ano de 1995 ou 96 amassando argila e fazendo meus estudos de escultura quando modelei angustiada este trabalho. Estranho porque eu havia  alguns dias cruzado na rua com uma pessoa que sempre tentava se aproximar e eu sentia um mal estar estranho quando conversavamos. Ela tentava amizade e havia se aproximado de nós por uma das minhas irmãs. Quando fazia minhas estatuetas eu as colocava na sala de espera do escritório, um dia ela vendo ofereceu-se para mostrar -me um rio onde tinha argila. Cheguei a ir ver essa argila, mas, não me sentia bem em companhia dessa pessoa, desconfiava de seus encomios. Ela sempre me passava algo que não me fazia bem. E, um dia o próprio marido da pessoa encontrando-a em nosso escritório, estranhou ela estar lá. Ele sabia das coisas. Mas, no momento em que eu fazia este trabalho lembrei -me dela, nós havíamos cruzado na rua recentemente e, me acometeu uma estranha aflição. A estatueta acabou por sair com o perfil da  pessoa e eu na vista frontal  tentei apagar esse estranho momento de mal estar e aflição retirando com angústia e  com forte gestualidade a argila do lado oposto, como extirpar com o cinzel a matéria que ali estava.Não sabia eu que angustia era aquela que me acometia. Em fins de 2007  esta pessoa bate à porta de  minha casa e escritório e dou-lhe um voto de confiança mesmo traindo a intuição do mal estar que ela me passava. Faço-lhe  desabafos como a uma irmã. Fecho os olhos, somos humanos. Nada a estranhar mais,  a consumação do mistério da estátueta ocorreria algum tempo depois  a pessoa armaria lentamente e trairia  a confiança depositada   e a premonição  se consumaria.  
Lilian Reinhardt
Enviado por Lilian Reinhardt em 22/07/2020
Alterado em 22/07/2020


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