A pensadora contemporânea, a filósofa judia Hannah Arendt compreende as razões e origens das sociedades totalitárias como nascidas e oriundas do expansionismo imperialista, como o inglês que dominou a África em fins do século XIX. Assim, antissemitismo, imperialismo são raízes dos movimentos totalitários, como o nazismo, o comunismo. Se por um lado a sociedade liberal com sua expansão industrial expande uma cultura massificadora com o advento das tecnologias, esta recria comportamentos também desregrados da individualidade . Para Arendt, a única sociedade ideal , democrática que outrora existiu e deixou raízes como verdades históricas dentro do contexto da evolução política da humanidade foi a sociedade pré-socrática, anterior ao apregoado pelos filósofos gregos Sócrates, Platão, e Aristóteles. Se, a política das sociedades contemporâneas advindas dos regimes imperialistas se caracteriza por sua conotação fluídica de poder, isto é, fundada em retrocesso de valores, se insere na contramão dos valores humanos, sedimentando os regimes políticos totalitários como uma fuga, a se contrapor ao liberalismo, fuga onde se insere a promessa utópica de segurança e empregos, discursos esses conotativos dos apregoamentos dos manifestos totalitários. Nesse contexto, o homem moderno caminha perdido, entre a extensiva liberdade de que pode dispor dentro do liberalismo e a ideologia imperante de um totalitarismo fugaz que se oferece anseios utópicos. A espiral do silêncio nos envolve, e a sociedade dividida é deflagrada em todos os meios de comunicação, onde vivenciamos quotidianamente a realidade nada utópica de todos os contrassensos possíveis, pois não existe o diálogo. Em monólogo diante da máquina, o homem moderno, apesar de "centenas" de amigos virtuais, vivencia sua vida digital, onde a máquina do ressentimento fabrica mentes sempre a favor do politicamente correto, isto é, o Estado precisa para subsistir, da violência, do racismo, dos preconceitos, e insurgindo-se contra essa teia, nos enredamos nesse silencio letal, de angústia, de profunda angustia
(texto da autora/ Pós-graduação em Filosofia)