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Sensíveis Cordas!

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A árvore descasca. Ah o inferno de árvores que descascam. Fica exposto anatomia do escuro e suas dissertações. Não, não posso ouvir dissertações de cadáveres expostos, sei da dor de os ver caminhando pelas marginais da pauta. Ouço o rumor da água nos bueiros onde não nascem peixes. Adiante história que se dissolve história. É um grito descascado da fonte que repudia o regato o filho ilegítimo. Árvores descascam, descamam. Sei da dor da descamação. Sei do casulo na boca da serpente.Sei da criança virada de bruço engolida pela áspide. Não quero saber de áspide enrolada em árvores descascadas.Há rios que serpenteiam e que matam regatos antes de nascerem.
Lilian Reinhardt
Enviado por Lilian Reinhardt em 04/01/2019
Alterado em 05/01/2019


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