Soneto Impróprio
Rasteja luz cambiante fera
tramando com seu fio a muda teia
sangue coagulando primavera
rastros cinzelando peixes na areia
acende a incandescencia da lágrima
no lusco-fusco da chama evaporada
essa fumaça evolando amálgama
o torpor da cinza mal traçada
dolorosa flor sobre a quimera
que velada um dia vazou da rima
essa luz perdida sobre a terra
sangra das profundezas da neblina
revolve na alma tempo eflúvea era
a faísca desta argila peregrina
Lilian Reinhardt
Enviado por Lilian Reinhardt em 18/07/2017
Alterado em 19/07/2017