Chega a noite com seus devaneios. Travesseiros em rotação, descasos do mundo à parte, um bouquet de dálias rememora o tempo. Quem tem muito a rememorar pode singrar com destemor os meandros de suas páginas secretas da alma nas arcas do tempo bem guardadas, fotos reveladas, irreveladas, amarelecidas, meandros a caminhar-se, livro único sempre reescrevendo-se, ler-se, apagar-se, borrar-se, matar o borrão, jogar suas folhas mortas ao lixo, apagar e acender suas velas, lamparinas, candeeiros, é muito sacrificante e calejoso este caminhar-se para dentro/ de quem viveu, mas, só quem viveu pode saborear, conhecer e saber do próprio gosto, fel, mel ou vinagre, só quem viveu...( em parceria com a vida e a morte)
Lilian Reinhardt
Enviado por Lilian Reinhardt em 28/06/2017
Alterado em 28/06/2017
