artwork by LReinhardt
(reedição)
Mito, arquétipo, verdade, o que é uma obra de Arte? Focillon nos diz que ela é uma tentativa em direção ao único, e nela se concentram as energias das civilizações. Essa viagem fenomenológica parece carregar consigo a real história da humanidade, além dos mutantes questionamentos filosóficos de culturas, de épocas. Se queremos sentir com sensibilidade a atmosfera da Idade Média, os corredores da arte sacra nos conduzem pela visão dogmática de um homem devotado ao pensamento religioso de seu tempo. Sentimos a predominância da religião a marcar os caminhos do espírito do artista e sua produção, os muros desconhecidos compelem à uma interioridade sacralizante em concomitante passo à economia feudal que subverte valores e assim o Direito Natural malgrado as ponderações preconizadas pelo sábio grego Aristóteles. Por outra lado, o pensamento livre, a percepção hermética da vida e das coisas é sempre uma heresia , há que cuidar-se com a fogueira. Sem ater-se a esses profundos caminhos de filosofia, sociologia ou da antropologia, e outras formas de saberes, parece que o museu do tempo é uma radiografia constatativa dos sintomas do pensamento e da sensibilidade humana e sua história de compreensão através da produção artística. A dissolução da pretensa solidez da matéria,na percepção da realidade pela fragmentação do olhar através do Movimento Impressionista francês de 1870 aponta um novo rumo da sensibilidade e da cultura ocidental, antecipando as constatações da Ciência. Quando, em decorrencia da revolução industrial, o artefato maquinal, serial choca -se com a artesania do homem vemo-nos diante de um penico masculino como obra de arte exposto pelo artista francês Marcel Duchamp em uma exposição em 1913 em Nova York, desarticulando o pensamento sobre as instituições oficiais quanto as obras de arte e seus questionamentos no tempo e no espaço. já deflagrados anteriormente , pela descontrução da forma, com as linhas picassianas pelo Cubismo, de cuja visão racionalista faz ruir toda uma pirâmide fenomenológica de séculos da arte dita clássica e desembocando num contexto existencial/ artístico que se devora pela busca de sentidos , espéculo de uma Modernidade e Pós-Modernidade, pelos quais se passa a refletir que algo muito profundo e grave aconteceu com o homem e sua sensibilidade e está acontecendo...
Lilian Reinhardt
Enviado por Lilian Reinhardt em 27/10/2016
Alterado em 30/10/2016