Pequena casa
Comboios viajam pelos céus
nos oceanos das nuvens os olhos iliácos
no azul carbonizam as teias
,,,de cinzas e barro
as pedras de carne são atiradas aos valos
campos de flores cegas
na pequena chama acesa na casa projetada do tempo
polariza o sol
rola o dia a hora
desce a noite
esfinges cospem areias
Pompéia se recobre de eras
obeliscos soterrados
caminham viajantes
Sorri a grande cratera
olhos de febre
borboletas vendem ternura
vales deitam esquinas
confluências e mausoléus
chama frágil da lamparina
nas águas turvas apagam sonhos
balões sobem e descem o mesmo rio
há muitos rios no mesmo rio
sob os óleos mortos
morrem azuis
ocidente e oriente
hemisférios rolam as pedras de carne
mortíferas candeias à mesa
sem conferências
guilhotinas
decapitam
homens sem cabeça
reticências
a poesia turva-se
desescreve-se...
Lilian Reinhardt
Enviado por Lilian Reinhardt em 30/11/2014
Alterado em 01/12/2014