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NEGRO JARDIM
Entre as suas, as minhas mãos,
falava-me:
- cultiva o teu negro Jardim
mesmo que cresçam e se entrelacem
as sebes como muralhas,
e teus olhos escureçam as águas,
não olvides aos teus duendes,
do peso e a da leveza dos lírios
da hora sexta...
- Caminha neste Jardim
de singelos canteiros cremados,
de pretéritas redomas
e rubras romãs ao amanhecer,
ele te alimenta quando te ferve o sol
e te secam os pomos..
- Este jardim de negra argila,
de nenufáres de fel
guarda a inquietude do teu mundo,
os fragmentos de sal de teus olhares...
Canta pois o sangue dos teus rios!
- porque o homem na raiz do tempo,
é som negro do mistério,
frágil paisagem refletida...
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Lilian Reinhardt
Enviado por Lilian Reinhardt em 28/03/2007
Alterado em 18/03/2008
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