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ALMA PEREGRINA
Meus olhos acendem
minhas noites peregrinas.
As estrelas estilhaçam
suas filigranas
sob o vitral da abóboda.
Minha alma emborca a taça,
desprega-se do corpo
e evola, solta-se
pelos densos lençóis
de neblina,
fugitiva deambula
pelas retículas do olhar,
selvagem campeia
troteando entre esses cismos,
outeiros, beirais dessas colinas...
Minha alma fugidia,
vagante,
caminha forasteira,
errante,
enquanto a noite
oculta sua nomenclatura.
Fervem as veias,
os terminais,
os ossos crispam-se,
contraem-sedobras do corpo,
essas armaduras...
As teias imprimem
seus lancinantes traços...
Orfeu cinzela
em corda de sangue,
esses finos laços...
Minha alma é apenas
uma ave andarilha,
nestas noites,
de esvoaçantes trilhas,
sob as linhas
que solitárias
cinzelam os escorsos,
deste meu alquebrado corpo,
essa secreta bilha!
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Lilian Reinhardt
Enviado por Lilian Reinhardt em 21/03/2007
Alterado em 16/01/2008
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