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Sensíveis Cordas!

Textos




     Pelas frestas das muralhas
   das ponteagudas cercas de ripas
   os sonhos escapavam
   e pulavam as valetas
   e iam frestar o Jardim de Zocha
   Do outro lado da rua
   as meninas sentavam na grama barrancuda
   e contavam nos dedos as estrelas ainda
   não perdidas
   havia a solidão da casa resguardada
   frau mãe como um oficial alemão
   vigiava a sua plantação
   e olho de sapo pousava longe da guarita
   o céu por testemunha
   o tempo escorrendo na tábua da tina
   a brancura das roupas ao vento
   a água puxada no balde pela corda
   no espelho do poço o céu banhava-se
   malgrado a dor da ausência
   de quem sempre demorava a chegar...

Lilian Reinhardt
Enviado por Lilian Reinhardt em 10/01/2013
Alterado em 10/01/2013


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