A menina nasceu no gelo
no chalé de pinho araucária
de lambrenquins
em derredor/
dos beirais
caiam as lágrimas congeladas do orvalho
encolhiam-se as begônias na varanda encorujada
sorriam as buganvílias e as azaléas
pelos carreiros e sobre o verde despido
a menina também chorava na terra fria
lágrimas quentes sob a roca do frio
estouravam as grimpas no fogão de ferro
alumiavam a noite limpa
as estrelas refulgiam/o pinhão abria-se
na chapa quente/
diziam dos caminhos
das trilhas a entalhar entre as geadas...
Lilian Reinhardt
Enviado por Lilian Reinhardt em 09/01/2013
Alterado em 09/01/2013