Vou escrever aqui
o que não deveria
porque palavras caem
no éter e sulcam
meu tempo de carne
Flores caídas
esqueletos secos
naquele Oratório vazio
onde ontem habitava o verbo nú
hoje só labirinto de sombras
dizem de um sopro esvanecido
Ali dentro respirava o fenômeno
e a língua mais pura
que marejava a lágrima
em que a palavra cria
mas os traços viraram sinais
em sfumatto e a candeia cega
queimou meu Oratório dos mortais...
Lilian Reinhardt
Enviado por Lilian Reinhardt em 06/12/2012
Alterado em 06/12/2012