D.Quixote/desenho
Lilianreinhardt
(Memoriais de Sofia Zocha)
Às Câmaras, os nós... a Arte da Ciência do íntimo/hermético remoinha as páginas da petitio. Haviam inscrições de todas as declinações , vocativos , ablativos desde antes do nascimento, sem preliminares, nominativos nascentes, morrentes...Zocha sentia-se estremecer sob o olhar de Sofia, onde deixara mesmo o seu archote? Agora escrevia no escuro, por longos anos escreveria longos pergaminhos no escuro. Havia buscado em muitos mapas os itinerários da rota perdida. Haviam gaivotas que sobrevoavam mares de aldeias e ela as reconhecia. Mas, impossível chegar. As tempestades haviam rompido as pontes..O poço escuro refletia o céu e as floradas das pereiras já haviam se transmutado em frutos...a rua barrenta da Goiás agora era asfalto e refletia as luminárias de neon...quantas passos era preciso caminhar na Aldeia do próprio corpo para senti-la e sabe-la dentro e não fora?
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Não há preliminares no Átrium, chega-se como se chega em qualquer lugar com o carregamento da inocencia não deflorada, pesada, levando toda a selva do território dos sonhos, pisando-se de leve, com o bico da sapatilha no gume dos olhos das pedras...
Lilian Reinhardt
Enviado por Lilian Reinhardt em 14/10/2012
Alterado em 22/10/2012