foto/Lilianreinhardt
Minha mãe não sabia ler nem escrever, passou a infância na roça ajudando o pai filho de imigrantes alemães, que tinha mais onze filhos a sustentar . Em nossa casa simples, amassava e modelava a farinha de trigo com suas pequeninas mãos e deitava a massa para crescer na bacia de alúminio cobrindo-a com os sacos alvejados de algodão que costurava uma bainha simples ou pespontada. Não esqueço que meus olhos dançavam ao vê-la modelar com tanta maestria aquela massa, como um artífice faz com a argila antes de levá-la ao fogo para queimar , Era o pão do amor. E assim foi ensinado pelo exemplo que todo pão do amor é desvelado e amassado pelo próprio amor, pela própria vida, e como a argila do oleiro a farinha obedece há um ciclo de sabedoria das leis da natureza e deve estar preparada, para ser amassada, modelada para ir ao fogo . Mas este fogo da Arte é lei inexorável do Logos e como energia não tem começo nem fim, embora se transforme e, tem sinais próprios, ninguém o acende se não lhe reconhecer do outro marcas em si além da escrita da própria massa.
Quo Wadis "Homo Sapiens"?!!!!
Lilian Reinhardt
Enviado por Lilian Reinhardt em 02/06/2012
Alterado em 04/06/2012