imagem/pintura/Lilianreinhardt
soft pastel and crayon
(C/intervenção poética eis que um poema como uma tela estão sempre inacabados...)
Não saberia como dizer
como um bicho espantado
na selva do asfalto
vejo versos empalhados e outros de raros olores
flanando em retratos tres por quatro
no varal das telas do mundo
falar do amor para que?!
É preciso viver o Amor
inventar sensações vermelhas?
Captar com a alma todo o espectro
mesmo as sombras carregam cores
o sol silencioso
se recolhe e sempre volta
à grande ribalta do meu sentir
e aconchegando se retira
e as serpentes e as borboletas inspira sempre
bons e maus podem estar
na relatividade do meu olhar
não saberia como dizer
se as asas da libélula são pretas ou amarelas
se a poesia é de partido
ou qual o partido da poesia
Toda tribo vem desde o começo do mundo
Não fale de amor?!
Viva e fale do amor como Verbo
Verbo é ação
Guarde-se na rosa sagrada
e nunca deixa morrer a criança em ti
e nunca amasse com pés malvados aflor da vida
Nunca será crime viver e falar do verdadeiro amor
fico à janela de qualquer andar
do mundo em suas multiplas dimensões
como um ponto longínquo respirando
cantando pássaros
a palavra é incontida metáfora
Lilian Reinhardt
Enviado por Lilian Reinhardt em 07/02/2012
Alterado em 02/05/2012