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Bicycle Wheel/Roda de Bicileta
1964 /replica do original de 1913
Marcel Duchamp/ 1887 - 1968
FHILADELPHIA MUSEUM OF ART/USA
http://ww.philamuseum.org/collections/permanent/59928.html?mulR=19500|30 À Otávio Paz escritor e poeta, artistas de complexidade oposta dentro da Arte Moderna foram Pablo Picasso e Marcel Duchamp, pelo choque das posições e postura estética para com suas obras que refletem o pensamento e a sua compreensão do mundo. Se, para o filosófo Schopenhauer, em sua Metafísica do Belo, a Arte é uma forma de conhecimento além da ciência, e o Sublime e o Belo como estados estéticos experenciados pelo homem tanto em obras como na natureza transcendem e trazem apreensões sensíveis de extase e reencontro interior, redimensionando e expandindo a consciência pela apreensão de sensações ,para o pintor francês Marcel Duchamp a Arte é também silêncio e implosão como o faz na primeira exposição da Arte Moderna que ocorreu em 1913, em N. York no Armony Show, quando de forma visionária fez premonições sobre a queda e a escuridão da compreensão sensível do homem moderno, diante da tecnologia, ao expor no salão institucional uma privada pública, um Urinol (penico) que denominou Fontana. Duchamp desdenha das instituições e de sua hipocrisia que posteriormente consagraria seu penico e outros trabalhos oriundos da industria manufaturada sob aplausos. Consegue a confissão ficta da hiprocrisia das Instituições de Arte. Mas, se, Duchamp implodiria os salões institucionais com objetos anti-estéticos, ele mesmo buscava um diálogo mais conceitual e acabaria por defender uma estética mais intelectual do que sensitiva, tendo produzido pouquíssimas obras e se recusado a pintar, se abstendo em profundos silencios artísticos. Assim , ao contrário de Picasso que desdobra-se em criatividade, em atos para combater a inação do silencio, produzindo incessantemente, até morrer, Duchamp desdenhava pelo silencio. Esta complexidade ação/inação e os reflexos desses comportamentos, sendo o de Duchamp implosivo com sua pouca produção artística e a de Picasso abundante provoca profundas reflexões em Otavio Paz. A Arte é um espéculo da Vida e do pensamento humano, registro sensível da travessia da humanidade através de suas linguagens, no suporte do tempo.E, Marcel Duchamp criava agora o ready made, o objeto manufaturado, oriundo da indústria, pronto, que utilizara como objeto artístico e a instituição aceitara como arte, esta perde a transcendencia como diria Walter Benjamin, o conceitualismo se evidenciaria sobre a captação das sensações. Duchamp silenciou. Ele sabia o que viria depois disto? Schopenhauer cem anos antes, já havia dito que a história da arte não se faz por críticos ou históriadores, mas, pelas obras que o homens criam.Em que estado nos encontramos hoje, parece ser crime de perjúrio falar sobre o Sublime, o Belo...continuamos nos afrontando pelo racionalismo, e como diz Bachelard, os caminhos das linguagens divergem... A realidade projetada e insólita de cada um espelha-se no todo.Ainda bem que o filósofo alemão Martin Heidegger, mesmo sob o advento da Modernidade, não esqueceu dos sapatos de Van Gogh....
Lilian Reinhardt
Enviado por Lilian Reinhardt em 06/01/2012
Alterado em 11/01/2012
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