BREVE INTRODUÇÃO Tania Orsi Vargas recantodasletras.com.br/poesias/2903161 Há tempos venho falando e pensando sobre este fenômeno da intertextualidade que espontaneamente e às vezes por convites, ocorre nas escrivaninhas aonde poetas confraternizam escrevendo suas trovas ou poemas sobre temas escolhidos. Acabo de publicar um artigo compilado de um caderno lietrário português sobre tal assunto, e pra minha alegria e surpresa, já houve frutos, que a nossa querida poeta Lázara me comunicou ter- se inspirado ao ler os quatro poemas portugueses ali apresentados como ilustração, e escreveu na hora um poema que já publicou agora no dia 10 do corrente. E coincidentemente eu tinha lido seu poema "Chuva" e me inspirado para escrever o meu. Penso que estas experiências são notáveis e muito significativas, e assim deixo este depoimento iniciando esta série que chamei de Cadernos Literários, uma simples forma de tentar formalizar certos encontros espontâneos e dar ênfase ao que de muito positivo ocorre neste nosso Recanto.
.............................................................................................................................................................................
............................................................................................................................................................
.......................................................................................................................................................
C H U V A S
Lazara Papandreaecoam os trovões
não há céu seco
a chuva molha
o céu
a vida
o beco
as rosas
nem as rosas escapam!
[e elas morrem de medo
do vácuo de céu nas
pétalas partidas...],,,,,
..................................................................................................................................
INSTANTÂNEO
Tania Orsi Vargas...A chuva interrompe nossas andanças de seres soltos
e joga sobre nós recados de águas novas e velhas
recados do Tempo nos temporais repentinos....
Tomados de surpresa, ela nos faz prisioneiros
um tanto atordoados
molha os nossos pés num susto que logo
se transforma em rendição ao inevitável...
.....................................................................................................................................
CHUVA DE OUTONO
Iratiense Joel Gomes Teixeira...E aí numa prece implorou para o sol demorar.
Não queria o encanto quebrado,
de arabescos no chão desenhados.
Dos pés deslizando na massa ,
buscando arco Iris em cores,
portais de novos amores...
.......................................................................................................................................
CHUVA INTERNA
CalliopeQuando chega traz um alívio
Por derramar-se
Por desafogar-me
E neste derrame lava
Leva
Mas passados os dias...
Vai embolorando
E vem um cheiro esverdeado
Um cheiro de passado...
...................................................................................................................................
DEIXA QUE A CHUVA LAVE O MEU ROSTO
Lilian Reinhardt Eu preciso de ti
eu preciso me banhar
naquela poça d\'água pura
que espelha o céu da minha argila
e o pássaro de minha alma nela se banha...