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escultura/Brancusi (pássaro) VIA ÚNICA (Líricas de um Evangelho Insano) (releitura) Pode haver um sentido único debaixo dos pés! Mão única? Única via, diga-me! Contemplo teu rosto único de totem e tuas múltiplas sombras desenham-me esse azul único. Nos olhos do espelho os reflexos da cidade camuflada fervilham abaixo da linha do trem, no delta da íris,muitas rodas de gigantes falsos de íxion, rodas do tempo d'água, nada sabem deste beiral incandescente. Esse pássaro me acorda o dia nessa roda gigante, com suas línguas de manhãs, em fogo e hortelã. A cidade eclode seus mortos, há uma cidade viva abaixo da linha do trem, uma cidade de poros acesos, de membranas diáfanas, de fósseis regenerados, abaixo do azul dessas manchas solares, há escombros dessa cidade pulverizada no homem traído. O homem que chora diante do monumento. Mondrian decompõe a geometria da árvore, entre verticais e horizontais, explodem as tangências do arco-íris, o ponto da abóboda da catedral falsa, de cristal! Essa cidade tem rosto de tigre, mas não lhe conhece o passo gosto de sal ocidental, esses monumentos projetam pesadas sombras, os moluscos reprocriam sob a pedra, que pesa meu olhar diante de Maat e, não consigo carregar o pássaro. Maiastra, de Brancusi, canta em mim esse azul, rasgou-se a tela de ozônio, há muitas vias numa única via, alfinetes de areia espalham-se diante dos monumentos...
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Lilian Reinhardt
Enviado por Lilian Reinhardt em 08/07/2010
Alterado em 09/07/2010
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