ALÉM DO PRAZER E DA DOR
Nem a grosseira sensação de desconforto nem o agitado sentimento deP
prazer, a equanimidade, disse o Buda, está entre os tipos mais elevados de felicidade, além da comparação com sensações meramente prazeirosas. Superior ao deleite e alegria, a verdadeira equanimidade permanece imperturbável quando os eventos mudam de quente para frio, de azedo para doce, de fácil para difícil. Esse sentimento neutro é tão sutil que pode ser difícil compreender. [...]
Alguns de meus alunos iniciantes diziam: “Mas eu não quero esse tipo de felicidade. Eu aprecio o sabor do deleite. Eu saboreio o envolvimento passional com a vida. Adoro a excitação da experiência”.
Compreendo isso. Como conceito, a equanimidade pode parecer sem atrativos, mas esses alunos contudo descobriam — para sua própria surpresa — que a paz excelsa de estados equilibrados têm um sabor de felicidade além do prazer e da dor. Cada experiência de gostar de uma coisa tem sua contrapartida de desgotar de outra coisa. A instabilidade das preferências pessoais agitam a consciência. O profundo estado de equilíbrio da equanimidade torna possível uma investigação sustentável das coisas.
Dessa combinação de estabilidade concentrada, investigação penetrante e estado desperto, a consciência pode despertar a natureza imperturbável da felicidade.
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