foto/lilian reinhardt
sabugueiro/torsos
IMEMORIAL/NO JARDIM DE SOFIA/zocha
Na varanda do meu cansaço
acudiu-me os braços do poema
e já não sei por que no lugar dessa igreja ortodoxa
não deixaram aquela capelinha antiga
a praça continua vazia com seus mortos de bronze congelados.
o bar do Lico sempre pintado de verde e vermelho /terríveis cores /das paixões humanas de Van Gogh
abre e fecha kantianamente,
lembro-me de que Kant sempre saia
à mesma hora da tarde todos os dias para caminhar
e as pessoas podiam guiar-se por seu fuso horário
O fastio do mesmo conduz a outros
a Igreja nova parece um Zepelin aqui pousado frente a praça
no lugar da antiga capela
com seus nichos de corujas
e teares de tropeiros
Meu sabugueiro anda ressentido da friagem que por aqui faz e assim jazz
mesmo assim umas rolinhas ontem espiavam pela janela da cozinha o meu inverno
Como é belo com esses seus troncos
meus fantasmas escrevem nele
Não sei porque o belo me fascina com sua angústia
A panela de pressão tá cozinhando pinhão
é inverno de folhas caídas
A Frase quando termina é porque talvez nunca tenha começado,,,
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Lilian Reinhardt
Enviado por Lilian Reinhardt em 23/07/2009
Alterado em 25/02/2010