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pintura/Millet
AQUELES PÃES DE SOL
(...para minha mãe que amava e cultivava as margaridas ,em amada memória) releitura poética Aquelas mãos pequeninas debulhavam os grãos,
e misturavam a dor e a farinha de trigo,
o óleo, o sol, a água,
o fermento, o colo,
o unguento...
Algumas horas deitavam a
massa
dentro da suave concavidade
do berço,
e recoberta por um singelo véu
de algodão alvejado
meu olhar também ali
cingia-se na expectativa
do repouso.
Horas depois do longo sono,
suas mãos coreografavam
a flexibilidade dos grãos
e da massa que lentamente
assumia a forma aos seus toques.
Pães de sol cheiravam do forno quente
e recobertos pelos mesmo véu branco
impregnavam de ternura
a minha vida, os espaços das minhas formas
e impregnam a minha saudade...
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Lilian Reinhardt
Enviado por Lilian Reinhardt em 09/05/2009
Alterado em 11/05/2013
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