foto/João Parassu
(folha de bananeira)
QUANDO A ALMA SANGRA/ CANTO & CHÃO
Quando sangra a alma
é preciso recolher-se ao próprio deserto
guardar-se bem longe na selva sertão
respirar da floresta
da quentura do sal da terra
aguardar do aguadeiro das horas as cinzas
da resina têmpera
sorver do gole amargo do leite fel
a pústula do açúcar da arrebentação
da agonia de se renascer escuridão
clarão/mutação novo grão de cada dia
com sua língua de verbos e colméias
É preciso colocar folha de bananeira com óleo
quente sobre a inchação e o veneno
fazer um escalda-pés de ervas cheiros
sobre as pedras feridas lavas
Quando a alma sangra fecham-se
em mim as portas/e pelas janelas
só o olor /dor expargem as cinzas e as verdades dela...
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Lilian Reinhardt
Enviado por Lilian Reinhardt em 26/03/2009
Alterado em 25/02/2010