tela/arte egípcia/susana barros
ETERNAMENTE
Claro que te busco
mesmo quando a noite de mim se esconde
e pincela com asteriscos duendes
as colméias do meu céu brusco
Claro que te busco
nas entrelinhas das minhas sílabas
escritas perdidas entre as nódoas
da árvore lanhada
Claro que te busco
no claro escuro das minhas raízes
além dos meus pensamentos
neste vaso andarilho de geratrizes
que acende os dias e noites
de meus sonhos pagãos
te busco sempre no altar ancestral da minha carne
nú e revestido de nenúfares em celestial canção
Sou apenas torso e composição sobre a lousa fria
que aleita o ritmo a acustica dessa liturgia
dessa busca dessa plangente melodia
na câmara ardente do gozo do coração
deste hemisfério que sangra
entre os teus rios fragmentados
Claro que te sei quando entranhado
lingan sorvo delfim
te hospedas eternamente no secreto de mim!
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Lilian Reinhardt
Enviado por Lilian Reinhardt em 26/01/2009
Alterado em 25/02/2010