28/06/2008 23h07
SÓ A ROSA É ROSA E MAIS ROSA
SÓ A ROSA É ROSA E MAIS ROSA
"...há que fazer calar-se os cães enquanto florescem
os roseirais..." (Youssef Rzouga)
(líricas de um evangelho insano)
...Intertexto com o poema LA LENGUA DE EINSTEIN do poeta
YOUSSEF RZOUGA, de Túnez (Tunísia)
"....otra guerra empleza bárbaramente
comienza el espectáculo:
um poema de casco verde hace strip-tease
jugando al cometa
y sacando la lengua de Einstein
entre poema completamente desnudo
y espectadores
hay roces
es otra vida posible
en esta aldea global
pero me da miedo en la capa de ozono
"colorin colorado...
este poema se ha acabado.."
Esse poema desnudo
caminha nú atrás de mim
e dentro de mim
me caminha esse poema
com sua nudez!
Neste céu de inverno
de roseirais rosal do meu sangue,
grunhe com seus estalidos
de fogo nú
a pira ancestral
da minha aldeia,
esse grunhido escreve
no crepitar das chamas,
o espetáculo da guerra
dessa escrita, do duelo
dessas horas frias, malditas,
enquanto esse poema
me caminha nú,
e lambe o meu corpo
com sua língua primitiva,
te escreve sobre os meus charcos
de crocodilos
e se guarda em senhas
por entre os ovos
das minhas tarturgas,
e os seus refundos rastros
mancham sobre as águas de rosa,
os passos desse meu sol
de sangue, que não pode derreter
com seu manto róseo
os meus pulmões sem o véu de ozônio.
Meus ombros gaia
não podem ficar desnudos!
Grito, grito entre os escombros
dessa língua de Einstein,
grito pela fecundação
da poeira cósmica
dos meus sonhos!!!
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Publicado por Lilian Reinhardt em 28/06/2008 às 23h07