MELODIA
"O que vemos na poesia encontramos na
música, desde que reconhecemos que nela a
melodia narra em geral a história íntima da
vontade consciente em si, as veredas ocultas,
as aspirações, as tristezas e as alegrias, o
fluxo e e refluxo do coração humano.
A melodia caminha sempre, apartando-se
do tom profundamente, seguindo mil remotos
e caprichosos sentidos, passando pelas
dissonâncias mais dolorosas, até que
novamente reencontra o tom fundamental,
que exprime a satisfação e a calma da Vontade,
mas com que, seguidamente, já se não sabe
o que fazer: manter, então mais longamente
a nota fundamental produziria pesada e ociosa
monotonia, a qual corresponderia ao tédio"
Arthur Schopenhauer (1788/1860)
in "O Mundo como Vontade
e Representação"
www.cordasensivel.blogspot.com