Na olaria a ânfora
silencia sobre o trabalho do oleiro.
O oleiro simplesmente molda
o cheiro forte da terra
e guarda nas mãos o vértice
dos grãos...
O oleiro simplesmente projeta
sobre o cálice a geometria da cruz,
e marca a boca da taça,
com o vinho do amanhã
insondável...
Suas mãos deslizam sobre as travessias.
sobre os poros e os cabelos do pó...
suas mãos retém as partículas da argila,
e assim a ânfora guarda do oleiro o pensamento,
do coração os sentimentos,
da profunda noite,a escuridão do olhar...
do amor, as ciências, o fermento,
o tormento das vinhas