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O LAGARTO DO TEMPO

(líricas de um evangelho insano)


Se estica como a lei,
ora é lagartixa, ora é jacaré,
toma sol, céu, na bunda, no pé...
cai de arribada,
tem asa cortada,
mas sempre sobrevoa
e se ri a toa.
Quem é esse que entre as folhagens se esconde,
simulacro com um milhão de olhos de paisagens,
quem é esse destempo, sem ícones,
sem imagens no altar, esse contralto
no rabo do vento, bentinho beiçudo,
descaído putto da pauta,
que desentoa no oratório da sala,
afunda a canoa na cozinha
e vara raspando o caldeirão da noite
na concha acesa do fogão?!
Que é esse sopro do instante,
fuligem do inferno ,
carbono e quase- eterno,
escrito nesse caderno?!!
Lilian Reinhardt
Enviado por Lilian Reinhardt em 06/05/2008
Alterado em 07/05/2008


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