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Sensíveis Cordas!

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Lilianreinhardt

    (Memoriais de Sofia Zocha)



    Ele abre a boca, engole os ares  que creditam o Estado do reino.. Deverá refazer alguns tons, esmaece-los...seguiria uma pauta de clave mais suave, mas, o que fazia aquela distancia elástica que de repente ela ficava entre as pausas, e não havia mais como grafar os sínodos daquela cisão? As tintas borravam-se, e a figura da jovem tornava-se lúdica e grave naquela sala fria. Uma mancha obtusa e a figura se desfazia na pincelada.A manhã apagou e acendeu  de repente, e assim engoliram-se os astericos no céu, na linha do horizonte o desencontro, só sfumatto Afogaria a noite, com seu rosto encardido de manchas,  o corpo arrebentado de escamas,  e a virose de Ovídio a recender de suas  narinas arquétipicas no esgoto de ralo encardido. Como pintaria  ele o retrato de César? Ei-lo como um Adonis entre as ninfas emergindo do plano de fundo da escura tela às margens do Tibre ou das termas de Lívia, seguindo a encíclica de Ovídio.Um clique mais forte e quase o delete engole as letras do teclado inquieto. César teria acabado de entrar com seu coral de bacantes no motel passando o Pórtico de Lívia para escrever no outro lado do muro próximo às colinas ou  quem sabe enamorar-se nas escadarias do Fórum, muitos amores para  nenhum ter... Ele a beija suavemente e lhe sorri : - você nunca teve
ninn..guémm...diz-lhe resfolegando a língua em sua  nuca de Íbis. O boi Ápis sorri. Ela é apenas uma ninfa diante do  pesado Tohr.A respiração ofegante, os olhos vermelhos do coelho na gaiola sob o sol aquecem a água e a sentença de Medeia a espreitar: - eles vão morrer mesmo... Ela  vira a tela contra si, abruptamente!- Não esqueça  gazela que Zocha está numa experimentação a plein l’air, não vê as leis do cubo...As regras deverão ser obedecidas para que o retrato possa sair a contento mas, ela sabe...sabe que  se furtará às regras mesmo dentro do cubo.Ela  compreende que não pode misturar as substancias sem senti-las e que o sentimento é água de fundo de olho que vem de poço que sobe das profundezas que ela desconhece....






Lilian Reinhardt
Enviado por Lilian Reinhardt em 14/09/2011
Alterado em 18/09/2011


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